sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aos Heróis (parte 1)

Uma grande satisfação tomou conta de mim – É algo espirituoso. Porém fico mais feliz, quando descubro que esse espírito é contagiante e, a partir de um fato, multiplicasse por entre a sociedade brasileira. Não como um todo, por assim dizer, mas especifico em relação à população carioca, mineira e paulista. Falo sobre a tragédia que abalou Santa Catarina, também daquela comoção pública resultado das quantidades de doações (alimentos, roupas e objetos de higiene pessoal), direcionadas para os desabrigados das cidades atingidas. São pessoas que perderam tudo em contraste das pessoas que desejam restaurar, ou então, salvar vidas.

Por incrível que pareça a proporção desse acidente. – Digo com total clareza, de quem trabalha em um órgão público federal de atuação científica e específica da área. Obviamente aquilo poderia ter sido evitado, pois estudos geológicos comprovam a eficácia do mapeamento de áreas de risco, inclusive, já estão sendo preparados os mapas de geo-diversidades estaduais. Assim será capaz de prevenir a habitação nessas zonas perigosas, assim como o desmatamento das encostas críticas. Mas há uma divergência de interesses públicos. Por que, justamente, através da ligação entre defesa civil, geólogos e população, a informação seria difundida e aplicada de maneira correta. Ou seja, a fim de se evitarem futuros desastres naturais.

A união de forças faria toda a diferença na proporção dessas conseqüências. Porém me frustra pensar que isso tudo começou ainda há alguns anos atrás. Naquela época, talvez não se pensasse em planejamento urbano, muito menos que esse desastre pudesse vir a se repetir. Quando ainda era 1983, o Estado de Santa Catarina desabou seu lixo pelas encostas e alagou as cidades próximas do rio principal. Porém, isso ocorreu há 26 anos, e depois, toda aquela população que havia subido para o alto dos morros com intuito de fugir das grandes enchentes, sofreu a calamidade da falta de estudos do solo - Uma chuvarada levou tudo abaixo. Foram famílias destituídas, casas despedaçadas, vidas perdidas. Não houve um aviso prévio sequer, os moradores não faziam idéia da necessidade de sair das casas. A defesa civil no princípio assistia aquilo tudo impotente.

Tendo em vista, que o pior já havia acontecido, as competências públicas resolveram se manifestar - Até o presidente do Brasil apareceu sobrevoando num helicóptero do exército as cidades mais atingidas. Era Blumenau com suas dezenas de desabrigados e Itajaí, com o maior número de mortos em todo o estado catarinense. Sobre isso já se falou demais...

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